Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: agosto 2016

30 de ago. de 2016

Quem procura, acha no Rio Grande... do Norte, por Valéria del Cueto

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Cavalgada ao por-do-sol para relaxar e curtir o incrível visual

Quem procura, acha no Rio Grande do Norte

Texto e fotos de Valéria del Cueto
O pernambucano Lenine achou o que procurava! Veio para ser a atração convidada pela Sesi Big Band (antecedida pelo balanço do acordeon cheio de suingue forró jazzístico do sergipano Mestrinho) numas das noites da etapa do Fest Bossa & Jazz – Circuito 2016, em Pipa, município de Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte.
O festival aconteceu entre 24 e 28 de agosto, primeiro em Natal e, depois, na lendária praia potiguar, considerada uma das mais lindas do Brasil.
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Show de Lenine foi o ponto alto do Fest Bossa & Jazz, em Pipa
O cantor, compositor e orquidófilo (tão apaixonado a ponto de lançar o CD  Labiata, se referindo a Cattleya labiata, espécie de flores grandes, perfumadas e floridas), aproveitou para ver a floração da Cattleya granulosa, em Touros, a 65 quilômetros ao norte de  Natal, no litoral norte, “onde há uma grande concentração da espécie, belíssima” explicou entusiasmado momentos antes de subir ao palco para sua apresentação diante de um público estimado em 15 mil pessoas pela organização do evento.
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Público animado e participação política: coro de "Fora Temer" para receber as atrações
O que privilegia o local são as condições provocadas pelos ventos trazidos do Atlântico carregados de maresia. As dunas são o habitat da Cattleya granulosa. Nesse tipo de terreno é produzida uma composição de turfa fibrosa, com a mistura de detritos animais e vegetais na superfície do solo. Semelhante ao xaxim é ideal para seu desenvolvimento, o que explica a concentração da espécie nativa da região.
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São Miguel do Gostoso, onde o vento faz a curva, o kitesurf faz a festa
Os ventos que ventam lá são os mesmos que fizeram da tranquila São Miguel do Gostoso um point descrito como o local “onde o vento faz a curva”. Objeto de desejo dos aficionados do kitesurf e do windsurf.
O Gostoso de São Miguel vem de um antigo morador local que recebia hóspedes e visitantes e gostava de contar causos, finalizados por gargalhadas... gostosas. Quando São Miguel se emancipou do município de Touros, passou a ser chamada de São Miguel de Touros. Os moradores, num plebiscito, trocaram o “sobrenome” para homenagear o agora inesquecível Seo Gostoso.
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No retorno do jangadeiro, o carinho do cão amigo
Já deu para notar que muitas paixões podem trazer você para o Rio Grande do Norte. A indústria turística é carro chefe e vitrine para o desenvolvimento do estado. Mola propulsora para tentar reverter a crise e gerar renda para a população.  Esse é um dos objetivos do Projeto RN Sustentável. Ele investe e capacita, por meio de um acordo de empréstimo do Banco Mundial, agricultores e artesãos. Aprimora suas técnicas e leva para os mercados nacionais e internacionais produtos alimentares como castanhas e geleias produzidas por agricultores familiares, e o rico artesanato local.
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Resultados positivos no Ranking de Eficiência dos Municípios - Folha refletem ações voltadas à população de baixa renda
É com alegria que a comunidade e o governo devem ter recebido a notícia, divulgada nesse último final de semana pela Folha de São Paulo, sobre a o 1° lugar do Rio Grande do Norte no Ranking de Eficiência dos Municípios – Folha (REM-F). Recém-lançado para consulta pela internet, ele mede quais prefeituras brasileiras entregam mais saúde, educação e saneamento com menos recursos.
Com apenas 6 municípios na faixa dos ineficientes e 98 na dos eficientes, entre o 22° (0,610) e o 1315° (0,500) lugares, deixa nosso Mato Grosso comendo poeira na 22° posição entre os 26 estados, com apenas Luciara aparecendo na faixa dos municípios eficientes, na 933° posição, com o índice 0,514. A seguir vem Lucas do Rio Verde já na faixa dos com apenas alguma eficiência, no 1407° lugar, com 0,496. O índice de receita per capita inferior, majoritariamente dependente de recursos públicos, não impede que o conjunto de municípios nordestinos localizados em mesorregiões potiguares e também cearenses, supere em eficiência inclusive a região Sul, por cobrir de forma mais satisfatória os serviços básicos necessários. Interessante, não?
Prometo para as próximas crônicas semanais algumas histórias colhidas pelas praias, dunas e outras atrações potiguares que ajudam conhecer algumas peculiaridades locais.



Como já deu para perceber, lá no Rio Grande do Norte, quem procura... acha!
*Viagem realizada a convite da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte.
** Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Nordeste” do Sem Fim...
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21 de ago. de 2016

Feito inesquecível, por Valéria del Cueto

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Feito inesquecível

Texto e foto de Valéria del Cueto
“Como assim, já está acabando?”, “Agora que está ficando bom...” O diálogo entre dois membros da equipe de apoio do Rio Media Center, espaço de jornalistas, no Arpoador, traduz o sentimento geral de cariocas e visitantes nacionais e internacionais.
Está bom demais! Com cara de Rio de Janeiro. E problemas típicos da cidade maravilhosa. Tudo, quer dizer, quase tudo se resolve na gentileza. Baseada e resumida na máxima pregada pelo profeta local: “Gentileza gera gentileza”. Como ele se sentiria feliz com nosso comportamento olímpico. É nós!
Dá gosto circular, interagir com tantas culturas. Ter orgulho da cidade e da gente boa que circula pra cima e pra baixo. Tem defeitos, tem. E aquelas polêmicas tipicamente cariocas, que podem parecer exóticas para quem não conhece nossa capacidade de destrinchar, analisar, opinar e depois... mudar de ideia. Algo tipo os debates acalorados que acompanhamos e participamos, por exemplo, na época da temporada carnavalesca. É um tal de questionar contratações, discutir enredo, analisar samba, avaliar ensaio técnico pra mudar de opinião diante do que é apresentado na avenida que nem te conto. Todos os anos. Não gosta de carnaval? Pensa no futebol. Gostamos de debater, especular, como dizem os cuiabanos.
Tem debate pra todos os lados e níveis. E muitas palestras. Principalmente em rodas de negócios com apresentações de estratégias e perspectivas para a futura ex-cidade olímpica. Está certo. É a hora de vender o projeto Rio, cidade esportiva, polo de negócios, projetando seu amanhã. É um mundo paralelo aos jogos esportivos de envolve gente de todo mundo.
No metro, outros mundos se cruzam e convivem sem discriminação. Cheio e totalmente democrático, uma babel em cada vagão. Interessante a disposição do carioca para ajudar e informar os visitantes no meio do vai e vem. Vale tudo. Inglês, portunhol e, em último caso, uma boa mímica. Pra frente é que se anda!
Menos no esporte... Tem patrulha também querendo (de novo) explicações sobre a continência que alguns competidores batem na hora do hino nacional. Façam as contas de quantos medalhistas são das forças armadas. Foram nossos salvadores ao abraçarem os atletas de alta performance, dando-lhes condições de treinamento.
Entre expectativas, perdas e danos vamos aplaudindo nossos xodós. Duas conquistas foram emblemáticas. As meninas de Niterói da vela, Martine Grael e Mahena Kunze, e Alison e Bruno Schmidt, ouro nas areias de Copacabana no volei de praia. Pena que o surf só começa no Japão. A nossa cara!
Mas essa lista de destaques vai se alterando ao longo dos dias de competição. Robson, Rafaela, Ágatha, Felipe... Thiago no salto com vara assinou a performance brazooca no atletismo, protagonizado pelo corredor jamaicano Usain Bolt se sentindo em casa nas pistas cariocas.
É claro que tivemos decepções, mas as surpresas positivas estão fazendo que o sentimento de “logo agora que está ficando bom...” superem os perrengues operacionais e a grande polêmica dos jogos. O nadador americano Ryan Lochte e seus companheiros que, apesar de campões olímpicos, não entenderam a grandeza e a responsabilidade de seus feitos. Conseguiram criar um imbróglio esportivo e diplomático. Mais que isso: mancharam os princípios olímpicos de jogar de forma limpa, não no esporte, mas na vida. Nada que a perda de patrocinadores, diante da repercussão dos fatos não resolva ao faze-los lamentar profundamente a baixaria.
Para quase finalizar, nossos respeitos aos atletas brasileiros, independente dos resultados obtidos. O fato de terem chegado a competir numa Olimpíada, já é um feito inesquecível. E vamos ao encerramento!
Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Arpoador” do Sem Fim...

10 de ago. de 2016

Democracia, corrupção e justiça: diálogos para um país melhor, palestra com Sérgio Moro e Carlos Ayres Brito #aovivo

O Instituto de Diálogos Constitucionais, vinculado ao UniCEUB, realiza palestra como tema: Democracia, corrupção e justiça: diálogos para um país melhor. Na ocasião, farão uso da palavra os ilustres palestrantes, entre eles Sérgio Moro e Carlos Ayres Britto

1 de ago. de 2016

Quem explica? Fábula fabulosa de Valéria del Cueto

Rio Metro Em breve uma novidadeQuem explica?

 Texto e foto de Valéria del Cueto
“Canguru no Brasil” pede na busca do seu google empoderado, Pluct, Plact, o extraterrestre empoleirado na Terra, sem força propulsora para picar a mula e ir cantar em outra freguesia interplanetária.
Ficou sim e não está reclamando. Gostou da Copa do Mundo de 2014. Da vibe da festa e do encontro dos povos. E era apenas um esporte com competições espalhadas por todo o país. Como será o evento com dezenas de modalidades e atletas de centenas de países do mundo?
Dentro do possível, portanto muito mais que o usual, já que conta com ferramentas sofisticadas, acompanhou  a preparação do evento. Por essa e outras razões, levando e trazendo notícias para a amiga cronista, reclusa voluntária das crueldades do mundo, acabou entrando no espírito olímpico.
Andava pela cidade observando o movimento, fazendo previsões e cálculos sobre deadlines para a entrega dos equipamentos. Não se enganou quanto aos resultados. Tá tudo indo, meio assim. Com os prazos iniciais prejudicados, mas aquela boa vontade de deixar tudo no jeito “para quando os jogos começarem”. Como se os atletas fossem chegar no dia da competição. Não precisassem se adaptar ao clima, ao local, depois de se recuperarem das viagens. Alguns, vindos do outro lado do mundo!
E voltamos para a curiosidade galáctica de Pluct, Plact. Onde encontrar um canguru no Brasil, como prometera o alcaide Eduardo Paes à delegação australiana, após a recusa de encarar o minha casa minha vida da Vila Olímpica? Quem botaria a cara prometendo já na largada, algo que não poderia cumprir? Calcula-se cartesianamente que, sim, há um canguru à mão para enfeitar a entrada do alojamento australiano. Tipo assim, ali, como a onça da tocha...
Foi nessa busca que Pluct Plact descobriu que não era o único a procurar cangurus no Brasil. Lá nos alfarrábios entendeu o impedimento de tal evento. Também descobriu que, não tendo acesso ao original,  canguru aqui é só um tipo de equipamento para carregar bebês junto ao corpo. Apareceram referências à geração canguru, de “jovens” de 25 a 34 anos que não querem sair da casa dos pais. Conheceu também a Olimpíada Canguru de Matemática, uma afinidade com a Austrália, já que a competição começou por lá e hoje se espalha por 52 países!
Nesse meio tempo, a fila andou... Eduardo Paes pediu desculpas pela tirada, jogando a culpa no “jeito carioca”. A equipe australiana resolveu pegar mais leve. Voltou para os apartamentos abandonados enquanto obras emergenciais eram realizadas por um batalhão de trabalhadores irregulares. Mas esforçados e felizes com os dias de ganhos extras.
O happy end foi com mais uma “atitude” de Paes. Deixou a equipe australiana de hóquei esperando meia hora na entrega da chave da Vila Olímpica para a delegada da Austrália. A que batera de frente com a desorganização imperante. “Umpolished” foi o termo, registrado nos anais da máquina interplanetária, utilizado pelo próprio para classificar o imbróglio. Então, por definição, exime-se a culpa do “jeito carioca de ser” que costuma ser malandreado, malemolente, mas não grosseiro. Ganhou de presente um canguru de pelúcia, com luvinhas vermelhas de boxe...
Tudo isso, Pluct Plact rememorava enquanto se deslocava pela orla de Copacabana, Rio de Janeiro,  para o outro lado do túnel, onde se encontra reclusa a cronista. Tinha seus motivos de alegria. Vira, na última visita, um lampejo de interesse da amiga pelo mundo exterior. Sim! Ela queria contato. Uma TV que cobrisse parte de uma parede de sua minúscula, porém segura, cela. Para assistir aos Jogos!
Ia atender a amiga. Mas havia uma condição. Que explicasse em minúcias o que era o único tipo de canguru não definido ou descrito em suas buscas e pesquisas nos mais poderosos bancos de dados.
Afinal que diacho era o tal de canguru perneta, tantas vezes citado e nunca explicado?
Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Fábulas Fabulosas” do Sem Fim...
** Acompanhe o ensaio #valeRio2016