Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 06/05/10

5 de jun. de 2010

Martha Argerich

O talento que a coloca entre os maiores viortuoses da história da música e o temperamento forte de quem cancela concertos em cima da hora fazem da pianista argentina a última lenda viva do piano


Poucas carreiras artísticas construídas às margens dos grandes meios de comunicação, e evitando-os, obtiveram tanto reconhecimento e sucesso quanto a de Martha Argerich (5 de junho de 1941). Em uma de suas raras entrevistas diante de câmeras, no documentário Conversas Noturnas, de Georges Gachot, a pianista narra suas aventuras em Nova York em inglês, fala de Ravel em francês, de Schumann em alemão, de Piazzola em espanhol, escondendo-se, volta e meia, atrás dos longos cabelos. Os sorrisos e as gargalhadas são logo reprimidos, e Martha recolhe-se à intimidade da manta que repetidas vezes estende sobre seu peito. Capaz de executar com precisão arranjos que até mesmo os maiores pianistas evitam e adicionar elementos muito pessoais e nunca repetitivos às interpretações, Martha foi alçada à categoria de lenda aos 24 anos, depois de vencer, com apenas três meses de preparo, o concurso Chopin, em Varsóvia. À época foi buscar aconselhamento de Arturo Benedetti Michelangeli que disse a ela que abandonasse a música (conselho que, anos mais tarde, negou ter dado). O ciúme provocado por seu talento também pode ter atingido - e gravemente - um de seus 5 maridos: Michel Beroff, talvez por receio da concorrência, teve uma paralisia inexplicável da mão direita que o impediu de tocar por muitos anos. Já Kovacevich, outro dos ex-maridos, dizia: "O que eu conseguia após seis meses de estudo, ela fazia em uma hora". Vladimir Horowitz, considerado por muitos o maior pianista da história, ficou tão entusiasmado ao ouvir as gravações de Martha que quis conhecê-la pessoalmente. Anos depois, Martha ousou a cadenza do Concerto para Piano nº. 3, de Rachmaninoff, e boa parte da crítica mais influente atribuiu a ela a versão definitiva da peça, até então consagrada a Horowitz. Longe dos palcos durante anos devido a suas crises de depressão, a lenda em torno de Martha Argerich não se dá apenas por sua timidez e seu talento. Temperamental, costuma desmarcar apresentações por indisposição ou superstições. Chegou a ir a um evento cancelado para assistir à performance de seu substituto. "Não toco quando não tenho vontade", diz ela.


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