Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 07/30/10

30 de jul. de 2010

Depoimento lido, emitido e dado à informação

Boa noite. Estou parabenlizando o Tribuna pela grande e pertinente reportagem referente ao plano de carreira do Magistério Municipal.
Meu nome é Paulo Melo, era professor de educação artística concursado da rede ate dia 14 de julho de 2010 quando resolvi pedir demissão por não aceitar o salário desonroso pago à classe.
MESMO FAZENDO MESTRADO E TENDO QUE ME DESLOCAR 1 VEZ POR SEMANA PARA FAZER MESTRADO EM BUENOS AIRES (AR) - UNIVERSIDAD TECNOLOGICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO, ERA CONSIDERADA FALTA NÃO JUSTIFICADA! VEJA SÓ? AUSENTAR -ME DA TAREFA DE DAR AULA NO SÁBADO PARA APRENDER JUNTO A MINHA ORIENTADORA, ESCREVER MINHA DISSERTAÇÃO EM UM PAÍS VIZINHO ESPECIFICAMENTE SOBRE O ATO DO PAPEL DO PROFESSOR EM CONTEXTOS DE VULNERABILIDADE, ERA CONSIDERADA FALTA NÃO JUSTIFICADA...
QUE IMPORTÂNCIA O MUNÍCIPIO DA A FORMAÇÃO CONINUADA... CADA FALTA DESCONTA-SE r$ 17,00 do grandioso salário do professor QUE É DE R$ 512,00 POR 20 Horas! E pior, coisa que a rede não vê como qualificação..." que é interesse pessoal - QUALIFICAR-SE TEM QUE ESPERAR PERMISSÃO DA SEMED...
".
Tenho meus contra cheques para provar os descontos feitos.
Em quase dois anos que fiquei na rede fui assaltado duas vezes dentro das escolas, na sala dos professores, tive que fazer todos meus documentos de novo, fui machucado por aluno enquanto dava aula - tenho a ocorrencia policial!!! Dentro das escolas em que era docente por diversas vezes não somos ouvidos, vistos, lembrados, reconhecidos - somos uma matricula para o sistemaos direito a reclamar!!! Tem que dar aula e só. Não prioriza-se qualidade, competência ou motivação do professor.
O sistema acaba com a identidade do professor.
A violência social e simbolica presente não so nas escolas do municipio, mas também do Brasil é a maior dificuldade hoje enfrentada com 19 anos de atuação em artes. Mesmo fazendo diversos cursos e seminários pagando mestrado particular na argentina, comprando livros sobre docência ( 2 ou 3 por mês)...meu salário por 40h era R$ 943,00. Sendo que atendia 16 turmas por semana em 4 escolas da rede municipal. Passava mais de 2h por dia dentro do 1005, 1003 e 1006 e ônibus para São Marcos para atender a E.M.E.F. Patricio Lopes.

Parabéns pela reportagem penso que diariamente a população precisa saber o que se passa nas nossas escolas, afinal é na escola que constroem-se pessoas . É para isto que a escola deve servir, criar cidadãos.

O PREJUÍZO DE 15% NO SALÁRIO DO PROFESSOR MUNICIPAL

O Secretário de Educação, Delmar Kaufmann, na Administração FELICE, insiste em querer “resumir” a CARREIRA DO PROFESSOR MUNICIPAL em mero PLANO DE PAGAMENTO.
Persiste em adotar uma Política Educacional que prioriza os recursos físicos e materiais em detrimento dos recursos humanos.
Se, somente, a estrutura física e material garantisse Padrão de Qualidade, os resultados do Ideb (nota obtida pelos estudantes nas avaliações do MEC) das escolas particulares seriam muito superiores às das escolas públicas.
O diferencial na qualidade do ensino é o PROFESSOR.
O Novo Plano sem Carreira (rejeitado pela categoria e Câmara de Vereadores, exceto pela bancada do PSDB) não atrairia novos e melhores profissionais, além de desvalorizar os da ativa.
A proposta de plano sem carreira desvaloriza, em síntese, quando:
- propõe acréscimo na remuneração do professor:
a) com licenciatura plena de R$ 56,70;
b) com pós-graduação (especialização) de R$ 28,35;
c) com mestrado ou doutorado de R$ 28,35;
- inviabiliza a progressão na carreira mediante promoção da classe A a F ( na melhor das hipóteses a aposentadoria do professor dar-se-ia na classe C);
- excluiu acréscimo ao salário por tempo de serviço (triênio, adicional aos 15 e 25 anos de serviço);
- “congela” os atuais professores com licenciatura curta (deixando-os em extinção e sem plano de carreira) e “desabilita” profissionais legalmente habilitados para o ingresso;
- reduz o tempo (remunerado) dedicado aos estudos, planejamento, avaliação, integração com a comunidade, colaboração com a administração da escola e formação continuada para 4h e 6h do regime de trabalho de 20h/s e 30 horas semanais, respectivamente, tratando diferenciadamente professores de uma mesma rede de ensino;
- privilegia o professor convidado a trabalhar na secretaria de educação com gratificação equivalente a dois doutorados.
- além do “demérito” de ser professor de sala de aula, reduz as férias de 60 para 30 dias.
Registra-se desrespeito a cada um dos professores quando a firmam que estes foram “manipulados” pela presidência da APEMU, ao rejeitarem o plano sem carreira, apesar dos estudos e construção coletiva do decisório.
A recuperação do “suposto” prejuízo salarial anunciado de15% requer a concordância da categoria em abrir mão de sua carreira.
Até que o Supremo Tribunal Federal defira a constitucionalidade da Lei do Piso Salarial Nacional dos Professores (Ação Direta de Inconstitucionalidade, conclusa ao relator em junho/ 2010) tenhamos paciência e administremos Piso Salarial de R$ 291,24.
Antes disto, a situação seria facilmente resolvida se a Administração FELICE, do Secretário Delmar Kaufmann:
- aplicasse ao invés de 26% os 35% previstos na Lei Orgânica para a Educação;
- valorizasse os servidores públicos municipais, sem lançar mão de um acréscimo de 250% nas horas extras;
- cumprisse a lei que estabelece a reposição anual aos salários dos servidores;
- estivesse mais aberto ao diálogo, diminuindo o crescente número de ações judiciais que prejudicam o erário público;
- reduzisse o sempre crescente, número de cargos de confiança.
- deixasse de “adquirir” tantos imóveis, pois logo, logo vai ter que criar a Secretaria Imobiliária, entre outros atos.
Tentar confundir ou impor à opinião pública inverdades, com custeio do dinheiro público, desmerecendo uma categoria de Educadores e Vereadores que não se submetem ao jugo do efêmero poder não condiz com quem se intitula Professor.
O que ainda teremos pela frente no estado democrático de direito?

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