Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: janeiro 2019

29 de jan. de 2019

Na paz do Senhor, crônica de Valéria del Cueto

Na paz do Senhor

Texto e foto de Valéria del Cueto

Eu de novo. Da Pedra do Arpoador. Olhando a orla de Ipanema, Leblon e os contornos da morraria caindo sobre o Atlântico. Coincidência ou não é quase por do sol. Aquele clássico de verão. Aguardado ainda no mar, ao som de aplausos agradecidos.

É o dia seguinte a tragédia de Brumadinho.

Por princípio, como costumo ser (pouco) obediente às ordens médicas, não deveria estar por esses costados. Nada de sol nem muito esforço para ajudar a debelar a inflamação pós canal dentário duplo da última quarta-feira. Um dos dentes se incomodou com o remelexo e me deixou com a cútis esticadinha sobre o inchaço na bochecha.

Nada contra, se não fosse a dor latejante no local que se expande para a cabeça como um todo.
O fim da ladeira foi na sexta. Quando o tédio do isolamento foi quebrado para acompanhar as incríveis notícias vindas de Brumadinho, município a 40 km de Belo Horizonte e sede do espetacular Instituto Inhotim.

Quem não sabia onde fica  Brumadinho certamente passou a saber depois do rompimento de uma de suas barragens, a do Córrego do Feijão, da gigante mundial do aço, a Vale, ex- do Rio Doce.

Quantos milhões de metros cúbicos de rejeitos das minas de minério de ferro desceram vale a baixo, seguindo em direção ao rio Paraopeba, não sei dizer. E não sou a única. Nem onde esse material que insistem dizer que não é toxica, apesar de reconhecerem abrasiva, (como assim?) irá parar seguindo pela bacia do Rio São Francisco.

Também são desencontradas as informações sobre o número de mortos soterrados sob a lama.
Foi por isso que fugi. Deixei de lado as recomendações médicas e estou aqui. Diante dessa paisagem tão maravilhosa que, a cada dia manda um sinal aos seres humanos que a admiram da força e do esplendor da natureza.

Vim firmar por todos os que não sabemos onde estão, nem quantos são.

Vim pedir por suas famílias, amigos e colegas que, no momento, lidam lá nas minas gerais com a dor da perda, o fantasma da ignorância sobre o destino de seus entes queridos e o descaso criminoso dos responsáveis pela falta de um plano eficaz de contingência.

Vim para a Ponta procurando um ponto. De equilíbrio, que me ajude a recuperar a humanidade.
No caminho pela areia observava o entorno mais silenciosos que o normal. Apesar de ser um sábado de verão, em pleno mês de janeiro, tudo pareciam menos. A praia não estava tão cheia, a vibração era menor. A vida um pouco mais parada. Como em respeito ao drama que se desenrolava logo ali.

Quando desci para a areia comecei a procurar a mensagem. A que sempre recebo quando venho em busca de Deus e/ou da natureza.

Claro que ela veio, mas não no por do sol, o momento em que os moradores, banhistas e visitantes aplaudem e agradecem mais um dia.

Não há o que agradecer. Foi entre nuvens que o dia terminou. Não sei o espírito dos que assistiam os últimos raios de sol que se escondia na linha das nuvens, bem acima do horizonte.

O meu foi de recolhimento. Solidariedade e amor pelos que se foram, os que ficaram e aqueles que nunca saberemos onde estão. Que todos se reencontrem. Um dia. Na glória do Senhor...

http://www.youtube.com/watch?v=D2qJrMPzCCo
* Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Arpoador” do SEM FIM... delcueto.wordpress.com
Studio na Colab55

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18 de jan. de 2019

Espiral do tempo - crônica de Valéria del Cueto

Espiral do tempo

Texto e foto de Valéria del Cueto

Dessa vez sou eu. A própria. Aproveitando a tarde na beira da calçada do Arpoador. Tem uma parte que a gente pode sentar e ficar alguns metros acima da areia. Visualizando, antes de descer para a praia.

Enquanto escrevo começam os aplausos na praia. Apesar de ainda faltar um bom tempo para a saudação diária ao astro rei em sua despedida apoteótica a cada entardecer desse verão carioca.
Os aplausos, replicados pelos banhistas, alertam que há uma criança perdida. Vão “andando” e aumentando enquanto alguém conduz o menor e procura seus familiares.

Assim estamos, e andamos. Batendo palmas e aguardando que os pais da “criança” se manifestem, assumindo o papel de protetores da vida que lhes cabe.

Os dias têm sido lindos, especiais. Contrariando todos os avisos e possíveis alertas de chuvas e tempestades. Apesar de castigarem boa parte do país daqui, da Cidade Maravilhosa, elas não conseguem se aproximar.

São tantos avisos que acostumei ao argumento do “é hoje só amanhã não tem mais”. Dia após dia, melhor dizendo, tarde após tarde, juro que dedicarei cem por cento do meu tempo a tecer meu tapete de Penélope, a edição e organização do acervo fotográfico. Acordo com uma vontade férrea que resiste até o meio das tardes quentes e abafadas.

Acompanho a evolução do desenho solar e suas sombras nos prédios e pela mudança da luminosidade. O “X” da questão começa quando o interior do apartamento cai na penumbra.
Olho para fora pelas janelas fiscalizando o céu. Azul de brigadeiro, realçado pelas paredes que rebatem a luz solar e reluzem, ao contrário das áreas sombreadas.

Aí, aquele brilho de lá se reflete nas retinas de cá, como isca para o pensamento que passeia na mente... “Pode ser hoje só. Talvez amanhã não tenha mais.”

Funciona como um mantra para sair do mergulho e da concentração virtual e tomar uma atitude no mundo real. Onde, diga-se de passagem, a tarde é uma criança teimosa que não quer parar de brincar e o sol faz desenhos nas águas do Atlântico ignorando as tarefas cotidianas e/ou profissionais.

Para mim esse chamado é irresistível. Capaz de ativar os músculos e desativar os fios que conduzem aos trabalhos braçais da edição, indexação e às trilhas da criação digital. Fui.

Respiro fundo três vezes olhando o entorno do lugar que me escolheu na faixa de areia. Varia a distância do mar e das sombras à direita em relação a linha d´água. Onde houver um respiro me encaixo sem reclamar. É pleno verão, metade do primeiro mês de 2019, Rio de Janeiro.

Não incomodam os turistas e visitantes que ocupam a vizinhança. Certamente por saber que o movimento cessa em algumas semanas e a praia volta a ser um paraíso sem tantas figuras exóticas. Lo-ta-da de gente que passa o tempo todo mexendo nos celulares, sem re-conhecerem o que têm ao redor. É a força da vida no terceiro milênio.

Também preciso de uma atividade praiana mas resisto. Acho que estamos condicionados a essa necessidade de fazer. Fazer o que? No caso, leio, escrevo, fotografo e gravo a vida na quina do Arpoador e Ipanema.

Observando a barra do horizonte, verifico que não, “não é hoje só” com essa ausência de nuvens. Elas desenham o tempo de amanhã. Firme!

Esse, o tempo, que se permite o que nos proibimos. O simples contemplar. Nos intervalos entre as tempestades que, sabemos, um dia virão...

* Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Arpoador” @no_rumo do SEM FIM... delcueto.wordpress.com



Studio na Colab55

15 de jan. de 2019

Tattoos temporárias, lançamento exclusivo de verão do @delcueto.studio


 O verão trouxe mais uma novidade para o @delcueto.studio. São as tatuagens provisórias. Aquelas que já foram brincadeira de crianças e agora estão sendo revisitadas.

Fáceis de aplicar. São 10X10 cm de possibilidades que ainda podem ser re-cortadas. Em algumas coleções, há mais de uma peça no adesivo, permitindo múltiplas utilizações.


E o melhor? Gostou da brincadeira, tem uma ideia? Conta pra gente que, se for viável, fazemos sua tatoo exclusiva.

Na plataforma flickr.com/delcueto, mais de 30 mil fotos para te inspirar...

 Bote sua fantasia na pele. Papel transfer adesivo, tinta atóxica em cores super vivas. Duração de 2 a 4 dias, aplicar em pele limpa e seca. Prefiera área onde a pele não estica e evite a região dos olhos.

Vai clicando e se apaixonado.
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Tá com sede de produtos originais? Dá uma olhada...

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9 de jan. de 2019

Pos(s)e real - crônica de Valéria del Cueto

Pos(s)e real

Texto e foto de Valéria del Cueto

Gente! Que correria é essa? A floresta está um alvoroço nesse início de ciclo animal. É reunião na clareira central. Passagem da coroa para o substituto eleito do regente Vampirão. Esse é o apelido do já saudoso morcego tampão. Ele aguardou penduradinho (de cabeça para baixo), entre folhas e galhos das (ainda) frondosas árvores da exuberante flora e fauna desses trópicos, o momento histórico de passar o comando do reino ao sucessor.

E assim foi. Em meio da panapaná de borboletas azuis quase desfalecidas pelo calor da indumentária da segunda dama, a do vice-rei cabeça preta (vai virar modinha no reino), lá iam eles, o mito e a dama de rosa pelas trilhas da clareira real em busca da taça, quer dizer, da faixa.

Os animais comemoravam a troca de casais reais. E repararam no conselho central, onde as hienas, aves de rapinas e afins, figurinhas carimbadas, permanecem as mesmas para desalento de alguns e expressões entediadas de “eu bem que avisei” de tantos outros. Esses, diga-se de passagem, nem deram as caras para aplaudir o cortejo.

A festa na clareira engalanada para as espécies amigas foi cheia de ufanismo. O único protesto explícito partiu de um equino revoltado que deu “piti” bem na frente do veículo que, tradicionalmente, conduz a realeza ascendente. Corre a boca pequena que foi o cavalo de São Jorge que confundiu a “carruagem” com o dragão. Sabemos, é uma lenda. Um mito, por assim dizer.

Opa! Na floresta, em tempos atuais, chamam assim o novo governante. Como se mito não fosse apenas um ser imaginário. Daqueles que, como os ratos da carruagem da Cinderela, com o fim do feitiço voltam à sua forma original.

Deixa estar, porque o efeito “floresta em festa” passou rapidamente. Não levou uma semana para recomeçar aquela bateção de cabeça de sempre. Só que um pouco diferente...

Meninos de azul e meninas de rosa, cacarejou a responsável pelas chocadeiras e poleiros. Esquecendo que quando o ovo quebra tudo é igual. E quando se “vestem” os filhotes pinto é amarelo, o pato branco, a cobra, vixe, essa tem várias cores.  Os pássaros podem ser coloridíssimos e o cisne cinza depois fica branquinho... Tocou horror no averio. As araras azuis preocupadíssimas. Certas que o-di-a-rão cor de rosa nas crianças. Cada vez mais perto da extinção, reclamam veementemente, prontas para defenderem as cores que dão denominam a categoria araral específica.

De cima da goiabeira, empoleirada esperando Jesus, a protetora das famílias dissemina o disse me disse que corre solto entre interferências atabalhoadas na vida privada das espécies da fauna florestal.

Com apoio do mandatário-mor que deu sua contribuição à empreitada da nova colorição animal. O laranja, para desespero das espécies cujos couros pelagens e plumagens tendem para esse tom, foi declarada a cor dos encarcerados. Até hoje tem bicho esperando que a fila do “teje preso” seja encabeçada pelo Queiroz, o que fazia rolo e juntava fortuna e não era conduzindo Miss Dayse...

Em três dias o mito tinha incorporado seu lado animal falando especialmente de economia e finanças. Seu conselheiro econômico se fechou em copas e cancelou compromissos na primeira sexta-feira de governo! Coube ao responsável pelos assuntos reais junto ao conselho de notáveis da clareira informar que o dito era não dito. A lista dos equívocos e macaquices, agora reais, estava oficialmente inaugurada.

A engajada rainha que não pia, mas gesticula, abriu seu novo habitat à “migas”. A residência oficial foi esquadrinhada e divulgada por uma irmã em Cristo. Não do que subiu na goiabeira.  Passou a ser responsável pelos piores pesadelos da segurança mitológica florestal, aquela que até prego pregou nas persianas do conselho por causa do perigo de um atentado na posse real.

O bonde anda, o bonde avança, o bonde toma posições. Com os mesmos passageiros de sempre e o tempero do deslumbramento emergente de mais uma penca representantes da nova dinastia do reino animal.

Os deuses da floresta observam...

* Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Fábulas Fabulosas” do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

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3 de jan. de 2019

Réveillon 2019 na Mangueira, por Valéria del Cueto


A festa que reuniu a comunidade verde e rosa no Palácio do Samba, a quadra da Mangueira, foi no sábado, 29 de dezembro de 2019. Depois do cancelamento dos ensaios de sábado no mês de dezembro, todos estavam ansiosos pela reunião dos mangueirenses para comemorar o ano novo.

Na programação tudo que o público tinha direito: a formação da roda com os segmentos da escola de samba, apresentação da ala de passistas, dos casais de mestre sala e porta bandeira, da Bateria da Mangueira e, como convidado especial, o Coral do Colégio São Vicente de Paulo.

Clique AQUI ou na foto para acessar o álbum fotográfico Réveillon 2019 na Mangueira

Mas não termina aí. Agora, os vídeos. Eles foram produzidos em diferentes momentos da noite, sempre privilegiando o registro da Bateria da Mangueira e seus ritmistas.

Primeiro, a afinação dos instrumentos e o esquenta dos ritmistas, sob o comando de Mestre Marrom, depois, a apresentação da Bateria, com Mestre Wesley e a Rainha Evelyn Bastos no palanque principal da primeira ala e, por último, o registro do ponto de vista do palco, do samba enredo 2019 da Mangueira, com Taranta Neto dirigindo os componentes.

Aumenta o volume e som nas caixas!

Ensaio fotográfico e vídeo de (C)2018 Valéria del Cueto, all rights reserved @no_rumo do Sem Fim… delcueto.wordpress.com
@delcueto para CarnevaleRio.com

Agradecimentos a Mestre Wesley, sua diretoria, os ritmistas da Bateria e os componentes da Gres Estação Primeira de Mangueira pelo carinho e o apoio ao trabalho.

O grupo Gres Estação Primeira de Mangueira, no FLICKR é o acesso para a coleção de registros da verde e rosa da fotógrafa.

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Quer ver o que tem por lá? Dá play. Agora são 42 vídeos!


Aqui tem mais pra você:

Já seguiu “No rumo do Sem Fim”?
Experimenta! Lá você encontrará o conteúdo produzido por Valéria del Cueto e também links para objetos e desejos produzidos no Studio@delcueto!
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1 de jan. de 2019

Réveillon 2019 em Copacabana



Baby do Brasil com sua espada Jedy cortando o mal e rezando o Pai Nosso, Gilberto Gil e família e... Ludmila. Para fechar a festa a Beija Flor de Nilópolis.

Estes foram os destaques do palco da virada em Copacabana, point esse ano, segundo as informações da Riotur, de 2 milhões e meio de pessoas que vieram comemorar o ano novo e ver os tradicionais fogos de artifício que emolduram a Princesinha do Mar.

A festa se concentrou em um único palco que criava um novo elemento no cenário do Copacabana Palace, voltado para o lado do Leme, onde se via a maior concentração de animados visitantes. No restante da orla dava para passear tranquilamente, tanto antes da virada como depois das comemorações.

Em alguns pontos havia reuniões de grupos que curtiam o calor da noite carioca. Cada um com sua música e seu estilo, já que o som oficial não era ouvido apenas algumas quadras depois do palco.

Clique AQUI  para abrir o álbum Copacabana na virada


Não achou fotos dos fogos? Estão no vídeo abaixo as imagens no céu da virada. Normalmente faço vários trechos, para nos intervalos fotografar, mas acabei mudando a rotina para registrar integralmente a trilha sonora épica e apocalíptica de João Brasil nos 14 minutos de foguetório.


Agradecimentos à valorosa equipe da Riotur.

Material produzido por Valéria del Cueto para @no_rumo do Sem Fim...
Algumas dessas fotos estão na coleção Getty Images de Valéria del Cueto, as demais fazem parte do acervo da fotógrafa em @no_rumo do Sem Fim

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