Texto e foto de Valéria del Cueto
Chove lá fora, chove aqui dentro. Chove, chove, chove. Cheguei na chuva, que me pegou no caminho. O cheiro de terra quente molhada me fez reduzir ainda mais o passo que já era lento, preguiçoso e demorado, compassado pelos grossos pingarotes que começaram a se esborrachar, um a um, no terrenos dos jardins da fada (um dia pretendo apresentá-la a você, leitor companheiro, mas não agora). Decidi rumar para a rua da Piscina, sem número e comemorar a chuva com as plantas do jardim do chalé, recém podadas.
Como dizia, o cheiro da terra molhada quase me fez parar, no meio do caminho. Hipnótico, inebriante. Deliciosamente inebriante. Continuei no meu ritmo de cheiro de terra molhada, sabendo que em breve ele me libertaria e só ficaria fixado na minha imaginação olfativa.
É verdade. Você já reparou? Ele, o cheiro, é como uma onda. Única. Isso mesmo: vem, arrebenta e passa igualzinho a uma onda do mar só que, como já disse, única, solitária. O que fica depois no ar é só sua espuma espelhada, um leve aroma esquecido, um fino fio que nos lembra que a mãe natureza passou por ali.
8 comentários:
A sua foto e a do Jairo valeram o domingo. obrigado a ambos.
Valéria, parabéns pelo texto e pelas fotos.O cheiro de terra molhada que traz consigo tanta emotividade e sensação de frescor, ar puro e leve, nada mais é do que o resultado do contato da água com os fungos que estão na terra.Como dizia Lavoisier,SIC-"Na natureza nada se perde nada se cria, tudo se transforma".Aliás, é também o mesmo princípio do Croquete.Mas que cheiro de terra molhada é muito bom, isso é.
É, Poirot, croquete é um exemplo clássico da lei de Lavoisier. Foi vendo a cozinheira francesa que trabalhava em sua casa que ele teve a idéia do enunciado final da sua mais conhecida sistematização sintética da transmutação natural.
Depois, ficou tão emocionado que, distraído mordeu o croquete e não notou que estava fervendo. Queimou a lingua...
Valéria, tem como enviar fotos para o Blog?
Olha só musicalíssima Valéria, para curtir o fim do feriadão.
http://www.youtube.com/watch?v=geDHzXg56UU&feature=channel
Skank - Sutilmente
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Dito e feito Valeria. Muito apaixonante.
Anônimo das 17hs: o blog aceita fotos e vídeos somente nas postagens( não nos comentários).
Por isso virei a VJ do Tribuna. Vocês pedem, eu atendo. Audio não aceita não. A não ser que a gente faça um podcast, (o que já pensei em fazer), como o que eu tenho:
http://valeria-delcueto.podomatic.com
Se você confiar na gente, pode mandar o mp3 pelo email jtribuna10@gmail.com que a gente mantém o sigilo e se der, publica, sem problemas.
Anônimo das 17:23 é pra já!
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