Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Coluna Atos&Fatos, por Soares Tubino, cronista e poeta - Membro da AUL.

1 de jun. de 2009

Coluna Atos&Fatos, por Soares Tubino, cronista e poeta - Membro da AUL.

A cultura da música

A arte musical, entre todas as maneiras do ser humano expressar a sua sensibilidade, sua criatividade, é uma das mais importantes e destacadas em todos os tempos, desde que existe vida sobre a terra, tendo no passado, falando no classicismo, os mais eruditos mestres, compositores, cantores, músicos e intérpretes desta “linguagem da alma”, como queria Platão.
Desde criança, quando despertei pela vida, senti grande emoção por essa ramificação das grandes artes.
Na escola primária, ao lado de nossa primeira professora, D. Iolanda Brandi Sastre, esposa do insigne médico Dr. Solon Fernandes Sastre, ambos hoje recentemente, infelizmente, falecidos; eu me colocava em posição de sentido, junto aos colegas que, como eu, começavam a conhecer os solfejos, cantando ao impulso de nossa instrutora, o dó, ré, mi, ao som do piano da Escola.
Em seguida, já estava dominando os primeiros conhecimentos, musicais, nas aulas de música que ocorriam três vezes por semana, no currículo do Romaguera Correa, escola que ficou gravada em meu coração, juntamente com toda equipe de professores, e os colegas de aula, entre eles o Jayme del Cueto, hoje colunista do Tribuna.
Daí para cá, muito antes de cultivar o desenho, matéria escolar que me despertou para literatura, ainda incipiente e primária, nesta época, a música fez parte de minha vida, cantando hinos patrióticos, de exaltação ao nosso país, aos regimes políticos que conheci neste tempo, citando alguns: Hino da Independência, da República, Bandeira, Hino Nacional (minha paixão), Rio-grandense, do Estudante, etc. (O hino de Uruguaiana, nem ainda se sonhava com ele, foi criação recente) e surgiu na administração municipal do saudoso Coronel Gilberto Oscar de Miranda Schmidt, na década de 70.
Outra faceta de meu amor pela música, devo muito aos aprendizados das aulas de cultura musical, recebidas no extinto Clube de Cultural Musical, que funcionava na residência do ilustre médico uruguaianense, musicólogo, humorista, Dr. Pedro José Vicente Marini, patrono de nosso Centro Cultural, onde ele, com seu grande conhecimento desta arte universal, possuindo bons aparelhos de som, que ligava após falar sobre a vida e obra dos clássicos, explicando com riqueza de detalhes as peças musicais que ouvíamos durante cada noite.
Em matéria de música religiosa, fui corista durante uma época de minha vida, no Coral Vozes de Sião, da Igreja Adventista do 7º. Dia.
Cantei também, como amador doméstico, acompanhado ao violão, quando meu irmão Nelce Soares Tubino, ensaiava, em casa seu instrumento, para as festas locais ao lado de um “conjunto regional”, de nossa cidade, onde ele era um dos componentes.
Hoje, acometido de uma disfunção dos ouvidos, sem querer saber como Beethoven fazia, quando ficou surdo, contento-me em recordar, ouvindo através das imagens do pensamento as grandes músicas populares e clássicas que conheci.
Pensando nisso, embora contristado, recordo um verso do poeta simbolista carioca Moacyr de Almeida que dizia, no início de uma de suas mais expressivas poesias, sobre esta arte: “A música é um país de belezas estranhas...”

- Soares Tubino - Uruguaiana, maio de 2009.

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