Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Uruguaiana, Atalaia da Pátria (Editorial dia 29/05).

1 de jun. de 2009

Uruguaiana, Atalaia da Pátria (Editorial dia 29/05).

Pelo decreto n°. 21, de 24 de fevereiro de 1843, o General Bento Gonçalves da Silva, então Presidente da República do Rio Grande de Piratini, autorizou a criação de uma "capela curada" denominada "Capela do Uruguai" no "Capão do Tigre" cujo território, fazia parte de segundo distrito de Alegrete. O novo povoado chamava-se, no início, Santana do Uruguai, e a posterior demarcação das divisas da cidade e o traçado das ruas devem-se ao Duque de Caxias e a Domingos José de Almeida. A lei provincial n°. 58, de 29 de maio de 1846, elevou à categoria de vila a povoação de Santana do Uruguai, a qual passou a chamar-se Uruguaiana, cabendo ao presidente da província marcar provisoriamente os limites do município. Uruguaiana, primeira e única filha da Revolução Farroupilha, se tornou um posto avançado aos militares brasileiros, rota de turismo e de cargas, ostentando hoje o título de maior porto seco da América Latina e terceiro maior do mundo. Entretanto, não foi tão fácil estabelecer as fronteiras do Brasil, tampouco manter-se a cidade sobre eterna paz. Durante a Guerra do Paraguai, tropas paraguaias comandadas por Francisco Solano López sitiaram e tomaram Uruguaiana, uma das razões para a cidade ser palco da maior batalha campal que a América tem em seus registros. A cidade orgulha-se de ser a pioneira no refino de petróleo no Brasil, pois, em 1932, foi construída a Refinaria Riograndense de Petróleo, idealizada e formada por comerciantes locais, impulsionou Uruguaiana a notoriedade internacional, devido a importância econômica, militar e social que esta refinaria representava na época.
Esta refinaria tornou-se o berço do Grupo Ipiranga, que se espalhou por quase todas as cidades brasileiras, especialmente das regiões Sul e Sudeste. Ao contrário da maioria das outras cidades, que iniciaram como uma aldeia ou sede de um clã, depois cresceram lentamente e de maneira disforme, Uruguaiana teve sua área urbana projetada e sua localização estrategicamente escolhida, isto no século XIX, sendo que as fronteiras precisavam de vigilância constante e demonstrassem uma imponência cultural perante aos países vizinhos. As quadras das zonas centrais possuem 110 metros de lado, e todas as outras medidas são padronizadas, sob uma planície, a beira do rio Uruguai. Também, graças a esse planejamento, calçadas e ruas uruguaianenses são amplas e espaçosas, tornando-se um diferencial em comparação às outras cidades brasileiras. Uruguaiana foi a primeira cidade do Brasil com essa característica de planejamento.
Em 21 de maio de 1947, foi inaugurada pelos presidentes Eurico Gaspar Dutra, do Brasil, e Juan Domingo Perón, da Argentina, a Ponte Internacional Rodoferroviária Getúlio Vargas/Agustín P. Justo, sobre o rio Uruguai, ligando Uruguaiana à cidade argentina de Paso de los Libres. Na época de sua construção, foi a maior obra de engenharia da América Latina. Hoje a ponte é a porta de entrada e saída para a comercialização de produtos, tornando Uruguaiana o maior porto seco da América Latina e o terceiro maior do mundo. O município é um dos maiores do estado, com uma área de 5.713 km² (pouco menor que a ilha de Chipre). A zona urbana do município ocupa uma área total de 45,3 km² e está dividida em 36 bairros, com 270 Km de ruas. Uruguaiana é a maior cidade da região oeste do estado. Na economia uruguaianense destacam-se a cultura de arroz (por ser o maior produtor da América Latina), gado bovino, ovinos de corte e lã, gado bubalino de corte (município líder no estado); e o comércio exterior. Nestes 163 anos de Emancipação Política, a equipe do Tribuna cumprimenta Uruguaiana e todos que amam e lutam por uma cidade melhor.

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